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Instalado em 1991, o PCS tem história longa, que monta aos anos 60. Conheça a história deste grupo pioneiro na Computação brasileira.
A Computação na Poli – 20 anos antes do PCS
Em 1968, desejando iniciar pesquisas com sistemas digitais, um grupo de pesquisadores Departamento de Engenharia Elétrica da EPUSP adquiriu um computador IBM 1620 com o objetivo específico de estudá-lo. Este grupo, que se chamou Laboratório de Sistemas Digitais (LSD), constituiu-se com o objetivo de treinar estudantes de pós-graduação no projeto de sistemas digitais e de software. As primeiras teses na área de Sistemas Digitais versaram sobre a integração deste computador com outros sistemas digitais desenvolvidos pelo grupo, como osciloscópios, plotters e outros periféricos. Outros computadores, como um IBM 1130 e um HP 2116 foram adquiridos pelo grupo nos anos seguintes.
Em 1970, como conseqüência do esforço deste grupo pioneiro, o curso de graduação em Engenharia Elétrica, até então o único oferecido pelo PEL, foi dividido em duas frentes: Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações e Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas Digitais, sendo esta última a concretização do “Currículo 70”, idealizado pelo Professor Antônio Hélio Guerra Vieira e ministrado sob responsabilidade do LSD. Foi o primeiro passo da Universidade de São Paulo voltado para o ensino de graduação nessa área da engenharia.
Incrementando as pesquisas, o LSD convidou em 1971 os professores Jim Rudolf, da Hewlett Packard e Glenn Langdon , da IBM, para ministrar cursos e realizar pesquisas conjuntas. De um curso sobre arquitetura de computadores ministrado pelo professor Langdon, surgiu o “Pato Feio”. O hardware e o software do primeiro computador brasileiro, concebido como um trabalho de fim de curso e concluído em julho de 1972, foram integralmente desenvolvidos pela equipe do LSD. O computador possuía cerca de 450 circuitos integrados, distribuídos em 45 placas de circuito impresso. Sua memória podia armazenar o equivalente a 4 Kbytes de memória.
O nome, “Pato feio”, era uma alusão bem-humorada com o projeto que a Unicamp preparava para enviar à Marinha do Brasil – o “Cisne Branco” – respondendo a uma chamada de propostas para equipar as fragatas com computadores brasileiros. Deste primeiro computador completamente construído no Brasil, originou-se o G-10, o protótipo feito para a Marinha, que, por sua vez, serviu de base para o primeiro computador comercial brasileiro, o Sistema 500 (MC 500), lançado pela Cobra em 1975.
Entre o final da década de 70 e meados da década de 80, muitos outros projetos foram conduzidos pelo LSD. A automação dos trens da Fepasa, o sistema de apoio a usuários de rodovias, uma central de telefonia são exemplos de projetos conduzidos nessa época. Esses projetos eram, a um mesmo tempo, projetos de pesquisa que envolviam áreas nascentes do conhecimento e que resultavam em teses e dissertações; de desenvolvimento tecnológico, caracterizados por uma dimensão expressiva de inovação; e de extensão, porque buscavam atender à sociedade que numa época de altos custos e grandes dificuldades de importação de tecnologia, recorria à Universidade como solução de problemas reais. Gerando conhecimento e experiência, esses projetos forjaram a personalidade do PCS.
A inovação também foi administrativa. Para proporcionar agilidade na gestão dos projetos e manter equipes de engenheiros e técnicos, a primeira fundação de apoio à Universidade foi criada – a FDTE, Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia – dando origem a um modelo reproduzido por universidades de todo o país.
A partir de 1984, a Lei de Reserva de Mercado incentivou a indústria brasileira a produzir software e hardware com recursos humanos e tecnológicos nacionais. Engenheiros egressos dos cursos de Sistemas Digitais tiveram (e ainda têm) um papel relevante nas empresas nacionais, desenvolvendo aplicações de automação industrial e comercial, sistemas bancários, equipamentos médicos, de telefonia, entre outros.
Atendendo à grande demanda por profissionais num mercado em expansão, a Escola Politécnica criou três novos cursos na cidade de Cubatão, com um formato inovador: a cooperação com empresas, nas áreas Engenharia Química, de Produção e de Computação. Para cuidar desse curso, criou-se em 1989, o PEC (Departamento de Engenharia de Computação).
Durante esse período, o campo da computação dentro da Engenharia Elétrica cresce ainda mais e, entre 1990 e 1991, o PEL – Departamento de Engenharia Elétrica, juntamente com o PEC, acaba sendo reestruturado, dividindo-se em quatro novos departamentos: PEA (Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica), PSI (Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos), PTC (Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle) e o próprio PCS.
A instalação do PCS
O Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo foi formalizado em 22 de março de 1991, tendo como primeiro chefe de departamento o já falecido Prof. Dr. Francisco José de Oliveira Dias.
O fim da reserva de mercado, em outubro de 1991, encontra um PCS capacitado para preparar profissionais da nova fase da Computação brasileira, que se caracterizaria pela globalização, pela popularização da tecnologia, pelo esforço na direção da qualidade e competitividade da indústria brasileira. Assim, a década de 90 foi marcada pelo crescimento da pesquisa acadêmica e pela valorização do ensino de graduação.
A diversidade de temas da Engenharia de Computação inspirou a especialização dos docentes e pesquisadores do PCS. Nesta época, diversos docentes realizam seus doutorados no exterior, ampliando as competências do grupo. O PCS estruturou-se em Laboratórios, que reuniram os pesquisadores em torno de temas de interesse comum, criando sinergia para pesquisas de maior relevância.
Os equipamentos e experimentos dos laboratórios didáticos foram aprimorados e atualizados. Numa prática que mais tarde seria padrão, convênios foram firmados com empresas de software para tornar pacotes comerciais e sistemas de desenvolvimento disponíveis gratuitamente aos alunos.
Computação nos anos 2000
Em 1999, a Escola Politécnica alterou sua estrutura curricular, criando a EC-2. Na Engenharia de Computação, a nova estrutura curricular equipara os currículos dos cursos oferecidos pelo PCS, que passam a ser diferentes apenas pela distribuição, no ano, dos módulos acadêmicos e de estágio. O currículo da EC-2 procurou equilibrar o oferecimento de disciplinas básicas para a engenharia, de disciplinas de formação em hardware, software e sistemas computacionais e disciplinas de gestão e empreendedorismo.
Um diferencial do departamento é a proximidade que existe entre professores e alunos. O PCS realiza três vezes por ciclo de aulas reuniões de coordenação entre os professores de uma turma e seus representantes. O resultado desta ação é a rápida solução de problemas, a melhoria contínua dos cursos e a satisfação dos alunos. Outra iniciativa relevante para a qualidade da graduação é a realização de um workshop anual sobre a graduação, no qual os cursos são discutidos e podem ocorrer decisões importantes para modificações em currículos. Essa estratégia é importante para adequar o ensino à demanda externa e tem sido adotada por outros departamentos e cursos dentro da universidade.
Paralelamente, os laboratórios dentro do departamento passam a crescer em ritmo acelerado, atendendo à demanda por pesquisa de qualidade internacional.
Sem prejuízo de sua competência no cenário de pesquisa brasileiro, o PCS continua mantendo parceria com a indústria nacional, oferecendo projetos de consultoria e cursos de extensão e capacitação profissional em diversas áreas da Engenharia de Computação, como por exemplo as especializações em Tecnologia de Software e em Tecnologia de informação, iniciadas em 2001.
O PCS demonstra grande preocupação em formar seu corpo técnico, incentivando especializações e fornecendo treinamentos aplicados para que seu trabalho obtenha melhores resultados. Devido a esse contato e ao trabalho conjunto, os membros do PCS são responsáveis por diversos trabalhos e pesquisas de enorme relevância para a sociedade como um todo.