Professor do PCS é eleito representante da América Latina em associação internacional
Prof. Bruno Albertini será o novo porta-voz latino americano do TDWG nos próximos dois anos.
O professor do PCS (Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli-Usp), Bruno Albertini, foi eleito para representar a América Latina e integrar a diretoria do TDWG (Biodiversity Information Standards).
O TDWG é uma associação de pesquisadores, tanto da área de computação como de biologia, que auxilia a padronizar a geração de dados relativos à biodiversidade, isto é, estimula que, ao redor do mundo, cientistas utilizem o mesmo procedimento para cadastrar dados relativos à fauna e à flora do planeta.
Esse trabalho é feito através do uso de normas como o Darwin Core, um padrão computacional para registro de dados biológicos, que pode ser usado de forma aberta e sem custo.
Como representante da América Latina no conselho da TDWG, Albertini atuará como porta-voz da região para defender os interesses da comunidade latino-americana perante a associação.
Umas das tarefas é incentivar o uso do Darwin Core por pesquisadores que estejam realizando trabalhos relativos a dados biológicos na região. Isso é importante porque se novos padrões forem usados, eles não serão compatíveis com as ferramentas já existentes que possibilitam, por exemplo, analisar se um animal está ou não em risco de extinção. Além disso, o uso de um padrão facilita o intercâmbio de informações.
Outra responsabilidade do cargo é intermediar possíveis mudanças ou adaptações que possam surgir em relação aos padrões de armazenamento.
“Os metadados evoluem com o tempo. Por exemplo, um biólogo está capturando um novo tipo de dado sobre um animal e precisa armazená-lo. Para isso precisamos modificar o padrão de modo que essa nova informação se encaixe”, explica o professor. Isso requer “jogo de cintura” para lidar com diferentes tipos de pessoas.
Mensalmente, os 14 representantes de cada região do globo conversam com o presidente da associação via internet. Já nos encontros anuais, os demais pesquisadores ligados ao TDWG têm a oportunidade de também se reunirem. Entre eles, o PCS está representado pelos laboratórios LAA (Laboratório de Automação Agrícola) e BioComp (Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Computação), que trabalham com dados biológicos.
A TDWG existe desde 1985. Ela tem atuação forte no Brasil por causa da existência do SiBBr, plataforma online na qual são integrados dados sobre a biodiversidade brasileira, e da atuação dos museus, das universidades e de instituições como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Estima-se que 1,8 milhões de espécies diferentes existam no país.
Helena Mega | Jornalismo Júnior