Sphere

(Render da “MSG Sphere” em Las Vegas, por MSG Sphere)

Criada pela empresa Sphere Entertainment Company, a redoma “Sphere” (esfera, em português), é uma das construções mais aguardadas em Las Vegas, sendo uma grande inovação como experiência imersiva de aproximadamente $2,1bi, prevista para receber shows musicais, jogos da NBA e lutas do UFC.

O CEO da MSG Ventures, David Dibble, expressa a ideia da estrutura, em sua entrevista para a The Rolling Stones: “Nós pensamos, não seria incrível ter experiências de Realidade Virtual sem aqueles malditos óculos? Isso é o que Sphere é”. O próximo passo quando se tratando dessa tecnologia que vem caminhando nos últimos anos.

No vídeo abaixo, da ABC News, podemos observar o incrível show de luzes proporcionado pelas telas LED de 16k por 16k de resolução da esfera que terá 111 metros de altura e 157 metros de largura.

Além das telas, é notável o sistema de som, que se utiliza de uma técnica de renderização de áudio espacial chamada Síntese do Campo de Ondas, aperfeiçoada e aplicada na tecnologia da empresa alemã Holoplot que, segundo a The Rolling Stones, permite que eles transmitam ondas de som para qualquer local desejado na redoma de forma extremamente precisa, o que permitiria, por exemplo, que uma parte da plateia ouvisse um filme em uma língua e outra parte em outro, sem sangramento, como se estivessem usando fones de ouvido.

A inauguração da Sphere será feita no dia 29 de Setembro deste ano e será feita pela banda U2, e segundo a Melhores Destinos, os ingressos estão a partir de R$2,5 mil.

Uma tecnologia semelhante, de forma muito mais simples, já foi desenvolvida na USP pela Poli, em colaboração com a Universidade Federal do ABC. O OrbeVR, tendo grande relevância e sendo um dos destaques do maior evento de computação gráfica e tecnologias interativas do mundo: a 44ª International Conference and Exhibition on Computer Graphics & Interactive Techniques (ACM Siggraph), em 2017.

 (Reprodução do vídeo OrbeVR)

O orbe, de 20 centímetros de diâmetro, “combina imagens projetadas por vários projetores laser pico calibrados de alto desempenho dentro de uma esfera translúcida” com monitoramento de posição do orbe e dos usuários, segundo o vídeo de apresentação OrbeVR.

A ideia, que inclusive deu origem ao nome, era a de que seria algo como um corpo celeste, como o Sol, e os usuários ficassem orbitando ao seu redor, como os planetas. Com a possibilidade de duas pessoas simultâneas em 2017, podendo ser usado com ou sem óculos por ambas.

Para demonstrar as possibilidades proporcionadas, a esfera suporta a Engine de criação de jogos Unity, para que desenvolvedores possam desenvolver e testar jogos e aplicativos em Realidade Virtual de forma simples. Visando quebra-cabeças, jogos baseados em física, ferramentas de design, dispositivos de comunicação virtual, entre outras aplicações.

Segundo a matéria do Jornal da USP,  equipe de pesquisadores do OrbeVR é formada por Marcelo Knörich Zuffo, Roseli de Deus Lopes, Eduardo Zilles Borba, Olavo Belloc, Mario Nagamura, André Montes, Márcio Almeida, Diego Souza, Douglas Santos, Allan Santos, Luís Costa, Daniel Quandt (USP) e Celso Kurashima (UFABC).

Zuffo também é o coordenador do laboratório denominado Caverna Digital da USP, um laboratório de pesquisa e desenvolvimento com foco em tecnologias interativas e imersivas da Universidade de São Paulo. Que começou, segundo ele, com o desenvolvimento do próprio projeto “Caverna Digital”, por alunos, pesquisadores e engenheiros da Escola Politécnica da USP.

 O projeto se assemelha, também, à Sphere. Sendo uma sala com 5 paredes, controladas por diversos computadores e acionada por 30 projetores. 

Referências:

https://www.rollingstone.com/music/music-features/the-sphere-las-vegas-u2-1234774720/

https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2022/07/06/com-100-metros-de-altura-maior-esfera-do-mundo-sera-inaugurada-em-las-vegas-para-shows-e-eventos.ghtml